sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

ERA DA INFORMAÇÃO: A desigualdade e a internet

Por J. Bradford DeLong*

A conclusão de que os Estados Unidos ficaram muito mais desiguais nos últimos 35 anos é inquestionável. Desde 1979, o modelo está claro: quanto mais rica a pessoa era, muito mais rica ficou. E quem era pobre provavelmente continuou pobre.

Mas o mesmo período foi também uma era de acelerada mudança tecnológica. Os EUA estão passando pela terceira revolução industrial, uma conflagração da era da informação que pode ser tão monumental quanto suas predecessoras, que transformaram a sociedade por meio da introdução do vapor, do ferro, do algodão e do maquinário, e depois da combustão interna, da energia elétrica e do aço.

Atualmente, quase todo habitante de um país desenvolvido – e, em breve, a maior parte do restante da população mundial – tem condições financeiras de adquirir, facilmente, um smartphone, conquistando assim acesso barato a um universo de conhecimento humano e de entretenimento que, até uma geração atrás, estava, de longe, fora do alcance de quem não fosse rico. Será possível que os indicadores convencionais de desigualdade e de renda subestimem, por ampla margem, nosso alto grau de bem-estar?


*J. Bradford DeLong, ex-vice-secretário-assistente do Departamento do Tesouro dos EUA, é professor de Economia da Universidade da Califórnia, campus de Berkeley, e pesquisador adjunto da Agência Nacional de Pesquisa Econômica.

Fonte: Observatório da Imprensa