sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Bode expiatório da floresta

Pesquisa sugere que o sagui, espécie invasora no Sudeste, pode ter importante papel ecológico na floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, ajudando na dispersão de sementes.

 
Apesar de ser originário do Nordeste, o sagui-de-tufo-branco é encontrado
 em diversos pontos da mata atlântica do Sudeste, onde é uma espécie invasora.
(Foto: Sofia Moutinho)


Espécies invasoras, que se instalam em um ambiente que não é seu, geralmente desequilibram o ecossistema local. O sagui, trazido para o Sudeste por imigrantes nordestinos há pelo menos um século, é um desses casos. Hoje, o pequeno primata vive pendurado em fios de luz e também nos fragmentos de mata nas cidades.

Se não bastassem os distúrbios que o pequeno primata causa no ambiente urbano, ambientalistas têm apontado – como a Ciência Hoje já mostrou – que a presença desse invasor pode ser negativa para espécies nativas, especialmente aves, pois ovos e pequenos pássaros fazem parte da dieta do sagui. Mas será que só malefícios podem ser colocados na conta do bichinho?

Um biólogo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro foi procurar resposta em um material inglório: as fezes dos saguis-de-tufo-branco (Callithrix jacchus) que se instalaram na floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele descobriu que o animal tem importante papel ecológico, ao ajudar na dispersão de sementes.


Fonte: Ciência Hoje On-line (Por: Sofia Moutinho)