sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Era digital exige uma educação alternativa, afirma o Fórum Mundial

Participantes do painel Pedagogia, Territórios e Resistências,
durante o Fórum Mundial de Educação, realizado na cidade de Canoas,
no Rio Grande do Sul. Foto: Clarinha Glock/IPS
Por Clarinha Glock, da IPS

Canoas, Brasil, 24/1/2014 – Diante do desafio da era digital, as escolas devem mudar para um modelo alternativo ao atual, com professores que incorporem as novas tecnologias em seu trabalho e encarem uma pedagogia mais crítica, segundo se afirmou no Fórum Mundial de Educação. A pedagoga espanhola Guadalupe Jover disse à IPS que as tecnologias da informação e comunicação (TIC) devem servir para a construção coletiva do conhecimento, a partir da renovação pedagógica, e não para perpetuar o pior do sistema educacional imperante.

“Falamos aqui da ofensiva dos mercados que querem imiscuir na educação, a venda por meio das TIC”, pontuou a coordenadora da Plataforma Cidadã pela Escola Pública na Espanha durante o fórum realizado, entre os dias 21 e 23, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul. Sob um calor asfixiante, mais de quatro mil participantes de 13 países debateram nesta pequena cidade a 19 quilômetros de Porto Alegre sobre a questão central do encontro: Pedagogia, Região Metropolitana e Periferias, com três grandes conferências e seis subtemas diversos.

Porto Alegre foi onde nasceu o movimento alternativo Fórum Social Mundial, em 2001, sob o lema “outro mundo é possível”, com participação de milhares de movimentos sociais em todo o planeta em seus encontros, que aconteceram nas diferentes regiões do Sul em desenvolvimento. Jover participou do painel Pedagogia, Territórios e Resistências, no qual foram examinados os problemas dos currículos atuais, onde prevalece o conceito neoliberal de preparar os estudantes para abastecer as necessidades do mercado.