Por: Marcelo Garcia
O cérebro é, sem dúvida, o órgão mais complexo de nosso corpo. No entanto, é impressionante o quanto o desconhecemos. Para correr atrás desse prejuízo, algumas abordagens físicas, como a utilização de técnicas de imagem da atividade cerebral, já têm virado corriqueiras na neurociência. Mas esse não é o caso do uso de modelos físico-matemáticos da mecânica estatística para tentar entender o funcionamento do cérebro, campo que ainda pode progredir muito, como mostra o trabalho do físico Marco Copelli, da Universidade Federal de Pernambuco.
Em palestra realizada na 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Copelli apresentou seu trabalho com um modelo matemático que tenta simular a forma como nossos neurônios e nosso cérebro captam e diferenciam certos estímulos. O físico explicou que a percepção humana da intensidade de um estímulo sensorial não é uma função linear. Por exemplo, duas velas acesas no escuro não dão o dobro da sensação de luminosidade que apenas uma dá.