terça-feira, 30 de julho de 2013

Sobre números, modelos e neurônios

Pesquisador explora relações entre matemática, física e neurociência a partir de modelo estatístico que avalia conexões entre neurônios e destaca novas ferramentas interdisciplinares na área. 
Por: Marcelo Garcia
Físico da Universidade Federal de Pernambuco usa um modelo matemático para simular a forma como nossos neurônios e nosso cérebro captam e diferenciam certos estímulos. (imagem: Nicholas Mitchell/ Flickr – CC BY-NC 2.0)

O cérebro é, sem dúvida, o órgão mais complexo de nosso corpo. No entanto, é impressionante o quanto o desconhecemos. Para correr atrás desse prejuízo, algumas abordagens físicas, como a utilização de técnicas de imagem da atividade cerebral, já têm virado corriqueiras na neurociência. Mas esse não é o caso do uso de modelos físico-matemáticos da mecânica estatística para tentar entender o funcionamento do cérebro, campo que ainda pode progredir muito, como mostra o trabalho do físico Marco Copelli, da Universidade Federal de Pernambuco.

Em palestra realizada na 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Copelli apresentou seu trabalho com um modelo matemático que tenta simular a forma como nossos neurônios e nosso cérebro captam e diferenciam certos estímulos. O físico explicou que a percepção humana da intensidade de um estímulo sensorial não é uma função linear. Por exemplo, duas velas acesas no escuro não dão o dobro da sensação de luminosidade que apenas uma dá.